terça-feira, 28 de junho de 2011

Paralelepípedo

Simplicidade.
Simples cidade.
Te encontro na quermesse, na singela alegria, na rima chorosa da música caipira.
A viola cantando as histórias do meu avô.

Perco meus passos e meu ritmo nas suas ruas de paralelepípedo.
E o fôlego eu perco nas tuas belezas, admiradas do alto, de cima da pedra.
Teu céu é mais estrelado, mais rosado e alaranjado, mais alegre, multicor na asa-delta que cruza o azul.
Teu céu tem mais sonhos, o teu norte mais futuro, mais direção.

A tua simplicidade tem o cheiro doce da panela apurando.
O sabor do morango maduro, o som do tambor do oriente e da desorientação do teu idioma.
Barulho de criança correndo, que vira música quando a saudade dá o tom.
Cheiro da chuva chegando, reiniciando o ciclo da água boa de beber.

Tua terra é tão sagrada e tão rica.
Volto às raízes quando os ventos querem me arrancar.
Teus bons ventos me ensinaram a usar o sopro para alçar meus vôos.
Como a cerejeira que se deixa ceder, pois conhece a profundidade e a firmeza de seu ser.

Simples cidade.
Meu lar, minha igreja.
Minha família, meus amigos, minha paz.
Meus sabores, meus cheiros, meus sons.
Minha cidade.

2 comentários:

  1. Que lindo, Robs!!!
    Muito bom.
    Viva a terrinha!! ;)
    Beijãoo, fia!

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  2. Oiê!! Eu não sumi (Escritoteca) eu apenas mudei de casa temporariamente! rs... Estou escrevendo nesse cantinho agora, querida, e já te coloquei nos meus links recomendadíssimos! Beijo grande! Paula Escritoteca

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