terça-feira, 26 de julho de 2011

Braços abertos

"O homem está condenado a ser livre". Sartre

Sartre defendeu que a liberdade dá ao homem a capacidade de escolher os múltiplos caminhos que se apresentam.
Somos o que queremos ser, o que escolhemos ser, e sempre poderemos mudar o que somos.
O que o limita é sua própria natureza; o que impede o homem de voar como um pássaro não é sua vontade, mas sua ausência de asas.

Condenados à liberdade, escolhemos ser escravos.
Mecanicismo, relativismo.
Somos condicionados a acreditar que ser livre é apenas estar liberto do mundo, mas poucos desejam estar libertos de si.
Visão umbiguista do mundo, massificação, conceitos e preconceitos que carregamos em nossos pacotes "geração X", "geração Y".
Quando nascemos já escolheram nosso combos, mas somos fadados a carregá-los até quando?

Existe escolha, existem caminhos.
Ser livre não é apenas escolher uma estrada, mas a melhor estrada.
É um trabalho árduo e intenso de renúncia de si, de se aceitar e se negar, evoluir, transcender, autoeducar-se.
Como encontrar a felicidade se não sou livre de um chocolate, da minha preguiça, do que acho que os outros acham, dos olhares de reprovação, da incompreensão?

Quantos passam por este mundo sem mesmo saber quem são?
Para ser livre é preciso saber o porquê de estar aqui, o porquê de ser único.
Que peça sou nesse tabuleiro da vida, qual é minha língua nessa Torre de Babel?
O que existe debaixo dessa casca de sociedade que endurece meu coração e minha mente?

E qual é a medida, o parâmetro, a direção?

O que é mais livre que o amor?
O amor não espera, não se envergonha, não se cansa, não conhece o julgamento, é a própria justiça, o que nos assemelha ao divino.
O que construímos no alicerce do amor é sólido, pois o genuíno amor só conhece o bem; liberdade é optar pelo bem.

Almas livres são almas que amam.
Encantam com sua forma de viver, amar, pensar organicamente.
Tocam, comovem, movem.
Não arrastam, mas conduzem à liberdade.

É preciso mais que querer.
Colocar para fora esse suspiro, essa leve dor no coração, esse ímpeto, fogo que queima no peito.
Abrir os olhos sem a carapaça de nossas gerações, olhar diferente.
E se o que realmente precisamos enxergar é visto com o coração, que ele seja todos os nossos sentidos.

E dentro do que sou e do que estou construindo tenho pedaços tão livres, tão soltos.
Se movem, mudam de cor, de forma; são o que são, mas nunca imóveis, nunca sem deixar de ser melhor.
E deixam, abandonam, renunciam sua antiga imagem para ser o novo, ser a resposta para esses tempos.
Da liberdade vieram, para a liberdade voltarão.

- Por que as pessoas nas fotos com o tema liberdade estão com os braços abertos?
- Porque elas abriram o coração, oras! Ou seria para voar?

2 comentários:

  1. Liberdade....libertinagem....estamos sempre no limiar entre a verdadeira liberdade e a repetição de revoluções sem causa....amei...
    Solidariedade de destinos,

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  2. Pq com o braços abertos o coração sente que voa. Voa para a vida, voa pelo mundo, voa até outros corações que, de braços abertos podem se encontrar e se fecharem num abraço bm apertado pois é a distância mais próxima que conseguem chegar! Solidariedade de destinos qdo voam juntos, LIVRES

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